Naquela noite havia um homem na minha janela e mesmo que ela
estivesse embaçada pelo orvalho, a vidraça servia de espelho e tudo o que
estava lá fora era como se fossem figuras desenhadas dentro de uma vitrine.O
mais interessante de tudo isso é que esse homem trazia sonhos consigo e
procurava dar vida a cada um deles.Ele era um sonhador,que queria ser amado por
alguém e por isso estava ali a espreitar na minha
janela.Orquídeas,borboletas,beija-flores,tudo era apenas parte de um cenário
que eu queria descrever e se havia um homem ainda desconhecido na minha
janela,quando a abri ele desapareceu e se escondeu dentro de mim.
Escreva-me
Para que eu seja a tua literatura.
Desenha-me
Para que em ti exista pintura.
Desvenda-me
Através das orquídeas
As quais solitárias
Chamam as borboletas.
Descubra-me
No simples voo de um beija-flor
Inventa-me
Para ser o teu amor
Pois...
Escondo-me nos perfis das orquídeas
Que carentes
Murcham e caem nas sarjetas
Assim, sou anônimo;
Pseudônimo
Que a todos os jardins enfeita
E almejo ser descoberto
Por você coração sonhador...
Então inventa-me
Inventa-me para ser teu amor.
E serei teu intenso beija-flor
A mais límpida e nobre pintura
Tua orquídea singular em tom e cor
Tua borboleta
Beijando a sarjeta
Abrindo e fechando páginas
De infinita literatura.
Tony Caroll